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segunda-feira, 19 de março de 2012

Pretérito.

Encontrei uma caixa de cds velhos. "Escolhas Musicais de 2007", por exemplo, a abrir com uma faixa pavorosa do Luís Represas. E o meu vício também antigo de dar nomes como "Várias", "Várias 1" e "Várias 2" às colectâneas não autorizadas de músicas obtidas por meios duvidosos. Na pilha de pérolas resgatei o oficial dos Morangos com Açúcar, 3ª temporada, série de Verão - com o genérico do Ménito Ramos, um sonho. Pelo meio de outras capas não identificadas encontrei a Norah Jones, já dentro do carro. Que merda. Gastei 10€ em 'sem chumbo 95' para fazer piscinas na avenida, de rotunda em rotunda. Arriscando um fuga rápida até aos semáforos que levam à estrada da Figueira, recuando pela rua apertada no meio dos campos de arroz, com vista para o castelo. Foi uma noite triste, uma coisa estúpida que não queiras saber. Subi a ladeira e parei no parque do castelo, fiquei até um casal de pombos vir reclamar o espaço mal iluminado, propício e famoso para umas aventuras. Desci até à beira-rio, onde descobri indivíduos encasacados a trocar sinais de luzes e saquinhos de plástico. Merda. Já não se pode estar em lado nenhum. Estacionei no parque da Igreja, baixei o volume do rádio e consegui ouvir as senhoras do coro e a pianola fora de tempo, lenta, arrastada e enrolada com o eco das pedras. 9ª Estação, Jesus cai pela terceira vez. E cânticos, leituras que não se conseguem ouvir. E eu farta de cair, mais que três vezes, tenho uma habilidade natural (é um dom) para tropeçar. Coisas grandes, quedas intensas e de ficar com as costas de lado, incapaz de um braço ou de uma perna. Pior que isso, tu. Todos os modos verbais do pretérito, todas as Escolhas de 2007. Todos os pequenos sinais, o teu jeito de infiltração que ainda se esconde em caixas de cds velhos, como bombas não identificadas e prontas a rebentar. É como jogar ao Minesweeper, só que sempre. 24/7. E um grande silêncio, agora, uma inexistência absoluta. Daquelas limpezas que não se pode fazer nos computadores, porque tudo deixa rasto. Contigo não, nada. Se eu não soubesse, se não fossem os cds de outros anos lectivos, podia jurar que tinha sonhado. E que o mal das costas era só resultado de uma posição errada durante o sono. Se eu não soubesse, jurava que nunca tínhamos sido, que a música nunca tinha tocado.

domingo, 27 de novembro de 2011

ser fadista é ser português.

"Última hora: o fado já é património mundial. Decisão aprovada no comité intergovernamental da UNESCO"

Tenho um telefone com a mania que é ardina. Já anunciou as melhores e as piores notícias, nunca uma que me tenha feito chorar. Lancei a mão a peito - ainda me lembro de quando quase-morri na casa dos fados de Alfama. Depois passou-me o espanto, não ouvi ninguém a cantar. E ainda hoje de manhã trauteava as canoas do tejo com a avó, de pijama. Demorei-me no carro, a fazer recados para o almoço, com o cd da Amália. E agora, fim de dia, morro de amores e de vontade de estar naquela mesa do canto, com bacalhau, vinho e bom fado. O fado sempre foi património, foi desde que nasceu.

luzinhas que tremem, que lindo que está!

Ninguém consegue pelo 1º de Dezembro para estrear os enfeites de Natal. A Escola de Música também já está decorada!

» árvore de Natal e respectivo embrulho (nota: tem dois jogos de luzes, por se considerar estético ter um deles intermitente e outro fixo - nunca saberei porquê)

» lindíssimo centro de mesa que eu própria idealizei e produzi em cerca de 7 minutos (materiais: velas, bolas e ramos roubadas da árvora, fita de embrulho e base de cartão velho)

» presépio da sala de professores embutido nas estantes - e desculpem a desarrumação.

» pormenor, com a luz a piscar; materiais: papel, cartão, cola e caneta azul do quadro; tempo: 10 minutos;



» decidimos também decorar o pessoal docente, o próximo passo será enfeitar os alunos com fatos, orelhas e meias de duendes. será todo um concerto de Natal .. !

domingo, 2 de outubro de 2011

sem título.

Conheci esta loura porque me doíam os pés de passear na FNAC. Sentei-me num sofá, nem sei se podia, num canto com uma televisão. Ela já ia a mais de meio do concerto, indiferente aos meus pés doridos. A minha irmã, companhia e motivo das viagens nas estantes da literatura estrangeira, estava longe, entretida com os cadernos de viagens e os dicionários a traduzir tudo para português. Elas já se conheciam, eu é que não. Então ali fiquei, sentada, à espera que não me doessem mais. Nada mais havendo a fazer, vi televisão. Num palco arranjado, com muitos músicos de bom aspecto, estava a tal senhora, num grande piano de cauda com um microfone pendurado. Era uma boa imagem, um bom ambiente e um bom piano. Mesmo eu, que percebo tão pouco de pianos, vi logo que aquele era, certamente, um bom instrumento. Havia um maestro, uma orquestra, flautas e um negro nas percussões. E tudo muito arranjado, em tons de azul, preto e branco. Ela não tinha mãos de pianista, mas tocava, os dedos a brincar com as teclas e a cara tremia, fugiam-lhe uns sorrisos e uns trejeitos engraçados. Nisto estive entretida, passou meia-hora. A minha irmã ainda dava voltas nos dicionários, muito indignada por não haver nada do que queria. Depois fartei-me de ali estar sentada, incomodada com as pessoas que passavam e me viam a olhar para a televisão. Eu, com as pernas muito mal cruzadas e um casaco azul a jogar aos contrastes com o vermelho do sofá. Danei-me, assim é que foi. Virei costas a tudo, segui. Nisto, ainda eu estava aborrecida de ali estar, vejo a minha irmã já com um braçado de Garfields, Mafaldas e Asterixs. E olhos derretidos a apreciar as capas, depois devorava uma ou duas tiras e ria discretamente - não é verdade. Estendeu-me uns quantos, anda brincar. Não compramos nada, saímos de lá só com a memória de umas gargalhadas mais ou menos contidas.
Ontem, a 30 de Setembro, queria ter enviado por correio azul um montão de bandas desenhadas e dicionários e sofás vermelhos. Mas andei ocupada a fazer rotundas, piscas e estacionamentos. E só posso andar mal de memória, mal da cabecinha como diz a avó. Só agora, a abrir o mês de Outubro, é que me lembro da loura. She, maybe the face I cant forget. Ou talvez possa, valha-me deus. Afinal, nem título dei ao caraças da reportagem. Enfim, tudo tretas.

domingo, 24 de julho de 2011

clube dos 27

Não é o nome de uma casa de bingo nem de meninas. É um clube; o clube dos talentosos viciados que morrem cedo. Entre outros, Jimi Hendrix e Janis Joplin. Junta-se agora a Amy - a louca Winehouse. Eu acredito que isto na verdade é tudo uma armação para enganar a povaça e que eles estão todos reunidos na ilha do Elvis a jogar à sueca, beber umas coisas e fumar outras, cantar cantigas e fazer amor. Seja como for, muita paz. E, para a próxima, tenham juízo.

sábado, 28 de maio de 2011

voltei à Banda.

Aquilo continua a mesma comédia. E podia exemplificar com qualquer naipe, mas apetece-me começar pelos trombones. O mais 'antigo' continua a precisar de estudar a lição número 1 do solfejo, o outro está constantemente sob o efeito de substâncias menos lícitas e modificadoras do raciocínio. Isto num só naipe. Nos vizinhos do lado, temos o colega B. e a sua insaciável necessidade de expressão. Não há uma rapsódia popular em que não me chegue a voz melodiosa do dito rapaz. E eu estou quase na outra ponta da formatura, na sala de ensaios. Ao lado, as tubas e o contra-maestro que rege a 3 as músicas da tourada (que, fica registado, são a 4!). Perto de mim, os saxofones. E se, há algum tempo atrás (antes de eu ter feito a pausa de um ano a serviços e ensaios) nada havia a apontar, eis que agora começamos a descobrir-lhes alguns podres. E, se não podemos apontar o dedo à pré-escola de garotos que foram chutados da Escola de Música para a Filarmónica, podemos certamente fazê-lo aos da minha geração. E, não querendo descer o nível (na esperança de que o B. o faça no seu comentário) não me pronuncio mais acerca deste assunto. E desenganem-se ao pensar que não tenho a decência de detectar as falhas dentro do meu próprio naipe! A nossa chefe, por obrigações da vida das pessoas crescidas, não está presente há um ano. E eu, vice-chefe, fui quase promovida para um lugar cobiçadíssimo. E vejo, lá do alto do meu poleiro, bracinhos que se esforçam por me gamar os papéis de primeira Flauta. Mas, ide com o caraças, há que comer muito cerelac antes de cá chegar! Também eu toquei, com todo o orgulho e cagança, os papéis rasonhos de oboé, de terceira e de segunda flauta! E, imaginem lá, ainda bem! Mal seria da ambição para ficar com os solos antes de saber ler uma partitura - e fazer a borrada que a outra fez no concerto de Natal, nunca me irei esquecer! E sim, há alturas em que queria ser dos clarinetes. Raramente têm crises, lá consomem as suas substâncias e conseguem tocar tudo direito. Fantástico, não é? Substancialmente melhor, a nossa percussão. Os dois palermas lá continuam, mas isso será sempre uma causa perdida. Felizmente, conseguimos perder uma aspirante a percussionista (e seus botins envernizados) e ganhar um puto com algum sentido de ritmo. Há esperança!
E assim continuamos, todas as sextas-feiras a partir das 21:30h. Agora a ensaiar as (feíssimas) músicas para as procissões e arruadas das festinhas de Verão. Piscando o olho, no final do ensaio e num grupo seleccionado, aos nossos anos dourados - quando tocávamos o Fantasma da Ópera, os Piratas das Caraíbas e a Alda. Para estes também há esperança. Só não há músicos!

P.s. Aparentemente, continuamos a ser "patrocinados" pelo tio Jacob de Haan, ou o maestro comprou as partituras todas num pacote promocional.

quarta-feira, 2 de março de 2011

dois amores.

Quando cheguei vinha triste com o país. Com ideias de emigração, para um cantinho onde não se falasse da crise e do FMI. Para cúmulo, o iPod achou-se no direito de me bombardear com sambas e ritmos sincopados. Ia embalada naquilo, fiz por não ouvir a Gina e a Lena a discutir cremes para as rugas do pescoço. Com a música, olhava pela janela e parecia tudo feio. O shopping gigantesco, visto da ponte, era como um monte de caixas de transporte de bichos. Era tudo feio. E eu queria mudar de país, porque este era feio, já disse, triste e sem graça. Mas com a mesma facilidade dos sambas, o sacana do iPod seguiu para um fado. Quase uma marcha, Raquel Tavares - Lisboa garrida. E eu, naquela passagem de pandeiros a guitarra portuguesa mandei a mão ao peito e, Deus me perdoe, benzi-me com a esquerda. Arrependi-me até à espinha do outro sentimento anti-pátrica e num 'ai' voltei a amar a casa. A mesma janela da carrinha mostrou os mesmos prédios feios, empoeirados em cinzento - e eu já via quatro paredes caiadas e cores, muitas cores, todas as do catálogo da Robbialac. Os meus olhos, doidos, procuraram o Tejo. Esquerda, direita, olhava e torcia-me no espaço do meu banco, no canto. Espreitei atrás dos centros comerciais, dos prédios e dos barracos das associações culturais e recreativas. Nada de Tejo. Passaram-se os 3 minutos e 5', mudou o fado para uma música de ir à praia (que eu até gosto, tem dias). Irritada com o Tejo, e com a música, programei o aparelho: agora só dás fado. Depois apareceu o rio, onde eu o deixei em Agosto. Igualzinho. A carrinha fugiu dele, direcção Loures. Desculpa, hoje não vim para te ver. Fecharam-me todo o dia na escola da polícia, no congresso. E eu queria a tarde, o fim do dia, ir à fadistagem. Fugir e correr Alfama. Levaram-me ao Vasco da Gama e de volta a casa, para comer e dormir. Havia copos de vinho tinto na mesa, mas a renda da toalha não me deixava sair do sítio - nem em sonhos. Ainda era cedo, muito cedo, quando me prepararam a cama - que, de dia, é sofá. Embrulhei-me nas mantas e mandei as boas noites. Depois Coimbra mandou-me um beijo e, antes de adormecer, o iPod lembrou-me que não me dou longe de ti - já diz o Zambujo. É venerar Lisboa e amar Coimbra. Longe de mim ter dois amores - isso seria muito pimba.

sábado, 20 de novembro de 2010

é natal, é natal, lailai lai ra laaaai

Adoro o Natal. Sou doida por esta algazarra toda: as luzinhas, pinheiros, gorros, fitas e calendários de chocolate. Desde há duas semanas que estou (quase a viver) numa Venda de Natal. A minha equipa do voluntariado precisa de dinheiro, então resolvemos arranjar mantinhas e compotas para vender. Tem sido o auge! Papo os turnos todos, das 10h às 20h e só com uma pausinha para almoçar. Todo o santo dia passa música de Natal nas colunas - seleccionada pelo meu excepcional gosto apurado para temas natalícios. Acordo sempre cedo, vou para o banho já a assobiar o 'Baby it's cold outside' - nem me custa sair da cama as 8h, como é milagre. Às 9.45h estou a tomar café no Brasileiro, junto à Venda, e entro à hora certa. Tirando as quartas-feiras de manhã, se na terça à noite tiver havido karaoke.
O essencial da questão é: estou completamente no Natal! Preparada para ficar maravilhada com a (sempre) emocionante performance do Coro de Santo Amaro de Oeiras, suas roupinhas com gola debruada e aquela versão inesquecível do 'A todos um bom Natal!'.
TVI, deixa a Casa dos Segredos e começa a emitir Galas de Natal semanais!

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

NK

Porque nunca me arrependo de ir ao Karaoke.
Abençoadas manhãs sem aulas e feriados da República. Hoje fico de cama, com chá de frutos do bosque. Nisto, lembro-me da toina que todas as noites vai cantar aquela música misto de kisomba com funaná - como se apenas um dos dois não fosse suficientemente poderoso. Mas ontem ainda foi mais bonito: um casalinho hiper-apaixonado (ela semi-nua, ele muito mal vestido) a cantar temas da Rita Guerra e não-sei-mais-quem um para o outro. Lindo, lindo, lindo. Mantendo a tradição de quando éramos caloiras rebeldes, ficamos até fechar e somos as últimas a abandonar o recinto, ainda a entoar um qualquer fado de Coimbra.
Porque nunca me arrependo de ir ao Karaoke - quinta-feira volto lá.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

nota cultural da semana

"Abrilhantará o espectáculo a Banda Filarmónica 25 de Setembro"


Ainda assim, o cartaz peca por falta de informação. Não há uma única referência (e devia haver): as músicas revoltaram-se devido ao uso da saia (da farda) naquela arena montada à pressa, fizeram barulho, o senhor maestro abençoou o movimento e eis que vai tudo de sapatilhinha, jeans e t-shirt da casa - e a isto se deu o nome de "farda alternativa".


Dá-se tanto protagonismo à história "farda-sim-farda-não", para desviar a atenção do que é essencial: os pasodobles. Sendo que a tourada é no domingo e o último ensaio foi ontem... é bom que haja algo a interceder pelas alminhas da percussão - por mim, era a tiro. Para já, e se correr tudo pelo melhor, temos um pasodoble que soa a rumba, dois arraçados de kisomba e uns três que parecem instrumentais da Lena d'Água.
Importante, importante: vou ver uma touradinha à pala. Nos intervalos, até pode ser que toque umas músicas.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

papa-casamentos

Só nestes dois meses de Verão já contei mais casamentos do que nos últimos anos todos somados. A parte ainda mais interessante é que estes são pagos - mal pagos, leia-se. A maratona casamenteira começou neste, da minha prima.

O convite não incluía cantar na celebração (ficou a cargo de um grupo de malta conhecida do noivo). Portanto, este primeiro foi uma espécie de estágio de ambiente, apenas como convidados.
O segundo, um ou duas semanas depois, não incluiu boda mas teve pagamento. Lá regressamos à bonita Igreja do Castelo, mais uma vez com traje adequado ao evento. Cantámos e muito bem.

Depois deste, seguiu-se um sem pagamento - porque incluído na missa paroquial. Pior ainda, a R. (essa malvada) deixou-me 'sozinha' no meio de um confusão de papéis e cânticos de entrada da noiva, troca das alianças, etc, etc. Como já estamos habituadas, assim até corre melhor. Voltando aos pagos, voltámos à mesma Igreja na semana passada.

Com alguns elementos a menos, ainda assim não houve falhas a apontar. E, além do esperado chequezinho, recebemos elogios da mãe da noiva -wuhu. Agora vamos dar todos um passo em frente (passo a passo, grão a grão), numa palavra: publicidade. Numa almoçarada a marcar, vamos criar um blog+site que explique aquilo que fazemos e o singelo e simbólico pagamento que queremos em troca do serviço. Não querendo influenciar... compensa! Se alguém estiver a planear casamento, é contactar! Fazemos todo o tipo de cerimónias: desde a mais festiva (que inclui djambé), até à mais clássica (com acompanhamento de violino), passando pela mais folclórica (com cânticos medonhos escolhidos pelos noivos). Além disso, depois do pavoroso desfile a que assistimos hoje no casamento dos emigrantes, temos mais conhecimentos acerca de modelos, feitios, tecidos e cores a evitar!

Casamenteiras.blog , brevemente disponível por essa net fora.

domingo, 27 de junho de 2010

há dias assim:

Como dizia a outra, "há dias assim". Que começam cedo demais para horário normal de fim-de-semana, em que usamos vestido e sapato a combinar. Vamos, de guitarra às costas, fazer ensaios e cantar em casamentos. Como sempre, há lugar para improvisos e arranjos de última hora. Almoçamos em trinta minutos, quase a hora de lanche, porque há mais ensaios que fazer. A única verdadeira pausa foi na hora da Lua Vermelha - e, mesmo assim, nem vi o episódio completo. Depois de algumas mudas de roupa, acabamos o dia no mesmo sítio abençoado onde começámos a jornada. E senti-mo-nos muitíssimo bem, porque afinal correu tudo pelo melhor. "Ainda não sei é como é que elas conseguem cantar a sorrir..." :)

Do it on your own
Makes no difference to me
What you leave behind
What you choose to be
and whatever they say
Your soul's unbreakable

And during the struggle
They will pull us down
But please, please let's use this chance to
Turn things around
And tonight we can truly say
Together we're invincible

segunda-feira, 14 de junho de 2010

YES, A ROSINHA TEM UM CD NOVOOO!

Descobri por acaso, mas foi sem dúvida o ponto alto do meu dia: a Rosinha tem um cd novo!


Olhando para a bonita capa, dá para perceber que Rosinha (esse ídolo) ainda não mudou de modista: continua com padrões sensuais no seu vestido azul que combina agora com um lindíssimo par de botins. Este novo albúm mantém também o estilo habitual e já é, segundo o site oficial da artista, um sucesso de vendas! A não perder, no próximo sábado, a aparição no Top+! Além do single que dá nome ao trabalho, destacam-se já alguns temas, nomeadamente os seguintes: "O gato lambe-me a passarinha", "Portugal está florido", "Ele faz-me vir" ou mesmo "Passa o dia a encavar" - cada vez mais subtil, Rosinha! Nos espectáculos, para além de interpretar os temas, vai ainda tocar acordeão ao vivo, instrumento muito estimado pelo público português. Mal posso esperar pelas Festas da Vila - vou criar um grupo no facebook para promover a vinda da Rosinha ao Palco Principal!

Agora, minha gente, deliciem-se com o vídeo de apresentação (ah pois, que até já tem videoclip) e que se comece a decorar a letra do novo hino do verão!



(este videoclip é tão espectacular que até o Fernando Pessoa aparece!!)

domingo, 28 de março de 2010

o vos omnes.

Missão cumprida.
Agora, além de lasanha, apetece-me mesmo é ouvir música cigana e relaxar os pés. Pensar que ainda agora estava morta de nervos, com o coração a bater-me na boca e a voz a tremer. Depois abriu-se o pano e pensei (juro que pensei) que me ia dar ali mesmo uma epifania e que ia desmaiar aos pés do andor. Salvou-me a Rita, que sussurrou o tom certo - e daqui p'ra frente é cada um por si (e Deus por todos). Depois na Praça era a anjinha que se queixava com dores nos pés, com dores nas asas (especificamente, nas asas), com fome, farta de agarrar o cálice, a querer trocar e agarrar o meu pano, e tudo mais que se foi lembrando para passar o tempo do sermão.
Começou a contagem decrescente, e no final da rua já só faltava uma. Portanto, abre a goela ou cala-te para sempre. Sobe o tom, que agora aguentas. Bate coração, mas bate certo. Começa lá isso, respira fundo (a respiração completa, como dizia a Dona Lucinda). Pensa nas notas, pensa no morto aos teus pés. E assim foi. Missão cumprida. O vos omnes / qui transitis per viam / atendite et videte / si est dolor sicut dolor meus.

Passou depressa, como já me tinham dito. Emocionei-me demais no castelo, nas outras joguei pelo seguro e apostei tudo na última. Missão cumprida.

Hoje já fui séria, triste, chorosa e emocionada tempo demais. Agora vou ouvir música profana e esperar que o Padeiro me dê as lindíssimas gravações que tem, com certeza, da minha performance. ;)

quarta-feira, 24 de março de 2010

explicações e segredinhos...

Comentou-se que eu andava triste, mas há explicação. A verdade é que já estou na personagem, e ela assim me obriga. Cabeça baixa, melodia triste, chorada mesmo. No domingo, por umas horas, hei-de passar a ser a mulher que, segundo a tradição, saiu do meio do amontoado de povo e limpou o rosto do condenado com uma toalha. A representação limita-se ao que sempre se fez: ele segue figurado no andor, eu vou à frente, figurada nela. Em grego, Bernike; em latim, Verónica.

Nos ensaios, disseram-me: "imagina que o teu melhor amigo, que sabe tudo da tua vida, está morto aos teus pés e que toda a gente passa indiferente, sem respeitar a tua dor e sua morte. É assim que tens de estar." Assustei-me, mesmo. Está morto? No tapete da Dona Lucinda? Ora essa. Foi só depois, ao fim da tarde, quando fixei o olhar nos anjos da carpete da sala da Rita que comecei a focar. Está morto, está mesmo. Ó vós Homens, que passais pelo caminho; atentai e vede se há dor como a minha dor - mesmo em latim, começou a fazer sentido.

Seguirei o caminho (que já conheço) e não há-de ser nada que não consiga fazer. Desde que não chova e não me obriguem a usar microfone na praça. Para já, não quero pensar nisso - nem no vestido dourado, no diadema ou nos canudos que me vão fazer no cabelo. Muito menos no par de sapatos que terei de suportar do início ao fim, sem queixas ou hipótese de trocar.

Mas agora que começa a ser público e sabido, que cada um faça o seu papel de espectador surpreendido. Vamos manter o segredinho, que assim manda a tradição. Só no domingo, quando o pano se rasgar, e eu lá estiver a tremer de nervos e à procura do tom certo, é que tudo vai saber que sou eu. E sou mesmo, mas não digam nada a ninguém.

sábado, 13 de março de 2010

minha garganta... falha.

Quando preciso mesmo, a garganta falha-me. Com certeza, tem manias de grandeza ou de finura e requinte. Certo é que não se digna a colaborar!

Logo hoje que não tenho rebuçados Santo Onofre!

Enfim, vou voltar ao latim.

domingo, 7 de março de 2010

Festival da Canção

Como fã que sou, acompanhei a grande final do Festival da Canção, no Campo Pequeno - desconfio que se fazem lá mais festas que touradas! Quem não viu, fique a saber que ganhou a moça da Família Superstar, pronto. Eu não sou contra nem a favor... quem eu queria que tivesse ganho (a Rosinha!) não deve ter passado sequer a fase dos castings. Mas isto do Festival da Canção tem muito que se lhe diga. Quando acabou a emissão e a Sílvinha Alberta desejou as boas noites aos telespectadores, fui directa ao site da Caras (já não tinha dito que sou frequentadora assídua do salão?) ver se se havia novidades. Mas nada, ainda não se actualizaram. Já tinha decidido que ia fazer um post acerca do tema, mas confesso que vacilei quando vi a fotogaleria com "As pashmines de Letizia", e ainda mais quando li a boateira referente ao 24horas - que diz que a Lucy está grávida (do Djaló, sim).

Depois lembrei-me daquela mítica procissão (não consigo descrever melhor) em Valongo, quando o lascarino - meu partner - se lembrou de desfilar todas as canções vencedoras do Festival da Canção! E por todas, leia-se exactamente t o d a s. A começar em 1964 com a "Oração" do Calvário, acabando quando Deus quis, já a roçar na "Senhora do Mar".

Como Festival da Canção é coisa séria, tratei de erguer uma bandeira em sinal de respeito. Serviu a manta da Joana e um galho apanhado do jardim. Nessa peregrinação, saltámos dois anos - que uma pessoa (ou duas) também não as pode saber todas. A conclusão que tirei, e que continuo a afirmar, é que a Eurovisão era muito mais catita quando passava a preto e branco ou metia cavaquinhos.

Recordo com saudade, de tão idosa que sou: a Simone e o seu vestido verde-bandeira, sem problemas a dizer que quem faz um filho fá-lo por gosto; a Madalena Iglésias com um penteado abajour e carinha de casta a fazer olhos à câmara; aquele grupo maluco que tinha um refrão género Dali-dali-dou; a Tonicha em '71 bastante engraçada no alto da Serra; o Armando Gama todo meloso; a grande Adelaide Ferreira antes de ter tendências de Baby Suícida; já para não falar dos Da Vinci, da Nucha, da Dora, da Dina, da Anabela, da Dulce Pontes, do Cid, da Sara Tavares ou da Lúcia Moniz.

Lembrei-me agora... de quem eu também gostei muito foi do Rui Bandeira!

sábado, 20 de fevereiro de 2010

i'm freezing

Enquanto não encontro coragem suficiente para escrever tudo aquilo que tenho em atraso, deixo uma música que - mais que não seja - vai dando para aquecer os pés. Falando sério, gosto bastante. Imenso muito, como diria a velhota dos apanhados TVI/Porto.

(mozella - freezing)

sábado, 14 de novembro de 2009

Vocês sabem lá!

Sexta-feira à noite há ensaio da filarmónica. Como sempre, começou atrasado aí uma meia-hora. Os poucos músicos que já lá estavam puseram a sua cadeira no lugar, orientaram uma estante e montaram o respectivo instrumento. Nisto, o maestro distribui uma música nova: o tema principal do Rocky. "Ui, ui, ui o Rocky VI!" Já não começamos assim muito bem, mas siga! Pior ainda porque só lá estava o 3º trompete e o raio da banda sonora acabou por soar tão potente e violenta como a abertura do Bob o Construtor.

Depois deste bonito momento, roda o afinador por todos - a ver se deixamos de soar a Zés Pereiras embriagados a tocar gaita de foles. Entretanto, surge em magote mais de metade da filarmónica, como se tivessem chegado todos no mesmo autocarro. Compõem-se os clarinetes, as trompetes e os saxofones tenores, e finalmente temos número suficiente para conseguir fazer alguma coisa. Hipoteticamente, claro.

Quando passamos à música seguinte, para preparar o concerto de dia 28, uma das trompetistas sente-se atacada por "febre amarela", e ai de quem a convença que aquilo é só tosse! Temos de interromper e esperar que a moça se recomponha. Depois, para se juntar à festa, é uma das clarinetistas que não consegue tocar e se ausenta para ir fazer uma chamada telefónica. Tudo culmina num naipe de percussionistas do mais alto gabarito: uns são muito atrasados, outros não alcançam absolutamente nada e nenhum sabe onde andam as partituras. Portanto, unem-se num grupo de mariachis e toca de abanar pandeiretas, que é o que soa bonito no "Blues Factory".

A paciência do maestro começa a ceder, bem como a embocadura de alguns músicos. Passamos ao "Português Suave" (que é, para quem não sabe, uma colectânea de músicas "populares" portuguesas). É aqui que a malta aproveita para dançar e cantar nos compassos de espera, enquanto o maestro tenta (sem sucesso) impor andamento à percussão. Como o ensaio estava calmo, aparece um bicho voador enooorme e tenta sucessivamente atacar-me enquanto estou a fazer as semi-colcheias do "navegar, navegar". Arre!

Para acabar em beleza, tocou-se o Hino de Montemor-o-Velho. Foi aqui que o 3º trompetista decidiu soltar a sua voz de soprana histérica, junto com as restantes meninas do 2º papel. A paciência do senhor maestro esgotou-se e acabámos o ensaio a levar nas orelhas porque só queremos palhaçada e não dá para trabalhar a sério. A cereja em cima do bolo veio para mim, que nunca gosto das escolhas musicais (?!) e só reclamo. Pois aqui fica anunciado que no próximo ensaio levo uma lista de coisas bonitas que se podem tocar, género: Rosas de Outono, Alda, Cantigas são Canções, Férias no Luso, Fiel Amigo e (ora pimba) SONHOS DE PORTUGAL.

P.s. Para ser a rainha, só me falta imprimir partituras com cores e ter um (c) de marca registada , com o meu nome, em todas as folhas.

Vocês sabem lá como são animados os ensaios da minha Filarmónica.

sábado, 24 de outubro de 2009

"Foge comigo, Maria!" é rapto.

Não que se relacione de maneira nenhuma com o título deste post, queria agradecer em público e para todo o Mundo, através do OdeioErvilhas-Africa e da RTP Internacional, a fantástica surpresa de ontem à tarde, quando vocês, minhas duas criaturas, me apareceram à janela com um fino e Nuggets do MacDonalds! xD Acabámos por passar a tarde a rir e a recordar aquilo que recordamos sempre que nos juntamos os 3. Ainda vimos o "Zona J" e comemos pipocas do Lidl - bem boas. Qualquer tarde com vocês é bem passada, isso é certo... Portanto, apareçam quando quiserem! ;)

Agora o título!
Hoje foi o tal congresso sobre género, media e não sei que mais. O que é certo, é que foi (não querendo ser mázinha) um conjunto de comunicações manifestamente feministas, algumas mais descaradas que outras, diga-se. Mas, dentro da luta das ladys, nem estava a ser nada mau. Gostei bastante da manhã dos dois dias.... a tarde é que contrariou a tendência. Ora, o assunto é então uma comunicação acerca da música rock e das mulheres, algo do género - não posso precisar, que não tenho comigo os papéis do resumo. Mas, avante! A oradora, uma lésbica não assumida e absolutamente frustrada da vida (cuja última relação amorosa deve ter sido na escola primária) veio apresentar um "estudo" sobre o tratamento conferido às mulheres nas músicas do panorama rock português e, aqui e ali, internacional. Até posso entender e concordar que a mulher é vista como um objecto, de acordo com algumas letras... Mas a música é como a poesia: não pode ser levada à letra!! Só porque o Rui Veloso diz que ele levou o seu anel de rubi e a namorada a um concerto de que ela não gostava e que ela, coitaaaada, se veio embora... isso não faz dele um bruto subjugador da vontade feminina, vitimizado pela namorada que o abandonou no concerto! Outro exemplo notável: "Se eu gosto de ti / Se gostas de mim / Se isso não chega / Tens o Mundo ao contrário". Mas, oh coisinha, onde raio é que tu lês aqui que o sujeito masculino está a obrigar a moça a uma relação ?! ME-DO!! O último, e que me levou a fazer um comentário no momento de debate, foi com a música dos UHF, que eu adoro adoro adoro: FOGE COMIGO MARIA, JÁ! Para a lady-que-acha-que-os-homens-são-mauzinhos, este pedaço de letra, por estar no imperativo, representa uma vontade suprema do homem, que quer » pode » manda » faz acontecer, subjugando a mulher a um papel passivo de receber ordens e acatar, como os chineses. Sinceramente, é demais. Em primeiro lugar, não podemos retirar uma expressão do seu contexto (musical, no caso); em segundo lugar, este tema tem um videoclip em que a dita moça (que vai ser raptada, só pode) está tãããããão contrariada por ir "fugir" (ela vai é ser raptada, já disse, pelo homem-do-saco)!



"Foge comigo Maria » quer queiras, quer não!
Para longe desta terra » ele vai apagar os laços familiares dela!
Meu amor, p´ra toda a vida » vai matá-la, é isso!
É a paixão que nos leva" » paixão?! ele tem um pistola!

Em conclusão, a querida que se assuma! Que compre umas meias às riscas, sei lá; vá por aí cantar Lara Li, Dina ou Lena d'Água a plenos pulmões! Há todo um Mundo a cores para apagar essa frustração! Se ajudar, que ouça BeeGees ou dance Kisomba, desde que deixe o Rock Português longe desses acessos de fúria!

Paz!!