O trabalho de Rádio do meu grupo é sobre os programas da manhã. Uma reportagem de 10 minutos (mais 5 de tolerância), com entrevistas a uma rádio universitária, uma regional, e duas com emissão nacional mas bastante diferentes. Ficaram escolhidas a RUC (Rádio Universidade de Coimbra), a RSM (Rádio São Miguel, com emissor no distrito), a Rádio Comercial e a TSF. Por ser a única que consegue ouvir a São Miguel ao fim-de-semana, fiquei com esse encargo. Eis um resumo dos contactos efectuados, com vista à gravação da entrevista para o trabalho.
Dia 1,
Retirar toda a informação possível e imaginária do site e analisar tudo muito bem. Enviar um mail a explicar em detalhe o trabalho e com a identificação do grupo. Adiciona-se o pedido de entrevista por telefone e a gravação da mesma. Tudo usado única e exclusivamente para o trabalho (aliás, para que outro fim poderia querer a entrevista? mandar as respostas para a Maria e comprar a capa?).
Dia 2,
Como não recebi resposta ao mail, voltei a mandar o mesmo. Liguei para o contacto no site, supostamente o da secretaria. Ninguém atende - durante todo o dia.
Dia 3,
Finalmente alguém atende o telefone! "Bom dia, Escola de Condução do Alto de não-sei-quê". Como?? Este contacto não é da Rádio São Miguel?? "Ah, o número é o mesmo. Diga, diga". Voltar a explicar tudo o que ia no mail, desta vez para a secretária (e possível professora de código da estrada). Entrevista garantida, gravação autorizada, voltar a ligar no dia seguinte às 11h.
Dia 4,
Afinal as garantias da véspera não estavam assim tão seguras. A produtora/jornalista/locutora das manhãs afinal não podia/queria responder. "Ela não quer assumir a responsabilidade de lhe responder às perguntas, até porque nem sabe o que é que a menina quer saber!". Como se lhe fosse perguntar quem matou o Kennedy. Nem com a promessa de enviar as questões por e-mail a senhora cedeu. A única hipótese era ligar ao "Patrão" (será o dono da Escola de Condução ou o Director da Rádio?), às 15:30 do mesmo dia. "Mas olhe que ele nem sempre vem cá trabalhar, pode ser que já não o apanhe cá". E assim foi: liguei as 15:30h ainda não tinha chegado; liguei às 16:15, tinha acabado de sair. Depois de uns minutos de hesitação, eis que aparece o contacto pessoal do Boss. Liguei e fui ignorada durante todo o tempo em que apresentei o grupo, o trabalho e o pedido. Pelo meio ainda tive direito a um "oh Zé, passa-me a porra das chaves!" e meia dúzia de "sim-sim, pois-pois". No final da minha exposição, segundos de silêncio (enquanto ele percebe que eu já me calei e aproxima o telemóvel da orelha). E, muito indignado, sai-se com um "Oh menina, isto não é assim! Pensa que isto é a casa da tia?". E eu, ainda sem perceber: "desculpe?". Afinal, aquilo não era mesmo assim: tinha de enviar um e-mail a apresentar o grupo e o trabalho + um e-mail com todas as perguntas + um e-mail com o porquê de querer entrevistar alguém da Rádio São Miguel + um mail com a explicação da necessidade de gravar a entrevista e garantias de que a gravação era apenas para o trabalho. E depois era esperar que eles na próxima semana analisassem o pedido, e ainda tinha de voltar a entrar em contacto. E quando eu digo que até já mandei mail, recebo um "isso não me interessa para nada, não é esse endereço". E finjo que aponto o correcto, para depois desligar a chamada e dizer 'FUCK YOU' (em português de Portugal) no máximo do meu volume.
Dia 4 - após São Miguel
Primeiro liguei à Ritinha, para poder insultar os acima referidos. Depois decidi mudar de rádio e virei a pesquisa para a Popular de Soure. Em 10 minutos estava a ligar para o número que estava no site, para ser quase imediatamente atendida por uma funcionária da Administração - da Rádio, não de um Talho, Padaria ou Loja de Ferragens. Volto a introduzir o assunto e, antes de lhe dar espaço para passar a chamada, conto toda a história com a São Miguel. E ela, muito compreensiva, "Pois, realmente. Foi uma grande falta de delicadeza." Desliguei a chamada na esperança de que, pela primeira vez no dia, alguém cumprisse o prometido: entrar em contacto com o Produtor das manhãs e ligar-me depois. E ligou, nem passados 5 minutos, porque o indivíduo estava numa reunião mas, se eu não me importasse, podia fazer a entrevista a um jornalista que trabalha durante as manhãs. E, depois de me deliciar com a música do atendedor durante uns segundos, recebo um "Boa Tarde" numa voz quente de homem da rádio. E penso: começo a gostar deste trabalho.
E foi assim que, depois de uma "grande falta de delicadeza", Mariana Pardal conseguiu 7 minutos de entrevista com a Voz. Fez-se justiça!
P.s. Queridos da São Miguel, não posso estar senão eternamente grata pela vossa colaboração. Fiquem sabendo que vos eliminei do carro da minha mãe e do rádio da cozinha. Nunca mais irei sintonizar 93,5. Rádio Popular de Soure, eis a vossa nova fã.
Dia 1,
Retirar toda a informação possível e imaginária do site e analisar tudo muito bem. Enviar um mail a explicar em detalhe o trabalho e com a identificação do grupo. Adiciona-se o pedido de entrevista por telefone e a gravação da mesma. Tudo usado única e exclusivamente para o trabalho (aliás, para que outro fim poderia querer a entrevista? mandar as respostas para a Maria e comprar a capa?).
Dia 2,
Como não recebi resposta ao mail, voltei a mandar o mesmo. Liguei para o contacto no site, supostamente o da secretaria. Ninguém atende - durante todo o dia.
Dia 3,
Finalmente alguém atende o telefone! "Bom dia, Escola de Condução do Alto de não-sei-quê". Como?? Este contacto não é da Rádio São Miguel?? "Ah, o número é o mesmo. Diga, diga". Voltar a explicar tudo o que ia no mail, desta vez para a secretária (e possível professora de código da estrada). Entrevista garantida, gravação autorizada, voltar a ligar no dia seguinte às 11h.
Dia 4,
Afinal as garantias da véspera não estavam assim tão seguras. A produtora/jornalista/locutora das manhãs afinal não podia/queria responder. "Ela não quer assumir a responsabilidade de lhe responder às perguntas, até porque nem sabe o que é que a menina quer saber!". Como se lhe fosse perguntar quem matou o Kennedy. Nem com a promessa de enviar as questões por e-mail a senhora cedeu. A única hipótese era ligar ao "Patrão" (será o dono da Escola de Condução ou o Director da Rádio?), às 15:30 do mesmo dia. "Mas olhe que ele nem sempre vem cá trabalhar, pode ser que já não o apanhe cá". E assim foi: liguei as 15:30h ainda não tinha chegado; liguei às 16:15, tinha acabado de sair. Depois de uns minutos de hesitação, eis que aparece o contacto pessoal do Boss. Liguei e fui ignorada durante todo o tempo em que apresentei o grupo, o trabalho e o pedido. Pelo meio ainda tive direito a um "oh Zé, passa-me a porra das chaves!" e meia dúzia de "sim-sim, pois-pois". No final da minha exposição, segundos de silêncio (enquanto ele percebe que eu já me calei e aproxima o telemóvel da orelha). E, muito indignado, sai-se com um "Oh menina, isto não é assim! Pensa que isto é a casa da tia?". E eu, ainda sem perceber: "desculpe?". Afinal, aquilo não era mesmo assim: tinha de enviar um e-mail a apresentar o grupo e o trabalho + um e-mail com todas as perguntas + um e-mail com o porquê de querer entrevistar alguém da Rádio São Miguel + um mail com a explicação da necessidade de gravar a entrevista e garantias de que a gravação era apenas para o trabalho. E depois era esperar que eles na próxima semana analisassem o pedido, e ainda tinha de voltar a entrar em contacto. E quando eu digo que até já mandei mail, recebo um "isso não me interessa para nada, não é esse endereço". E finjo que aponto o correcto, para depois desligar a chamada e dizer 'FUCK YOU' (em português de Portugal) no máximo do meu volume.
Dia 4 - após São Miguel
Primeiro liguei à Ritinha, para poder insultar os acima referidos. Depois decidi mudar de rádio e virei a pesquisa para a Popular de Soure. Em 10 minutos estava a ligar para o número que estava no site, para ser quase imediatamente atendida por uma funcionária da Administração - da Rádio, não de um Talho, Padaria ou Loja de Ferragens. Volto a introduzir o assunto e, antes de lhe dar espaço para passar a chamada, conto toda a história com a São Miguel. E ela, muito compreensiva, "Pois, realmente. Foi uma grande falta de delicadeza." Desliguei a chamada na esperança de que, pela primeira vez no dia, alguém cumprisse o prometido: entrar em contacto com o Produtor das manhãs e ligar-me depois. E ligou, nem passados 5 minutos, porque o indivíduo estava numa reunião mas, se eu não me importasse, podia fazer a entrevista a um jornalista que trabalha durante as manhãs. E, depois de me deliciar com a música do atendedor durante uns segundos, recebo um "Boa Tarde" numa voz quente de homem da rádio. E penso: começo a gostar deste trabalho.
E foi assim que, depois de uma "grande falta de delicadeza", Mariana Pardal conseguiu 7 minutos de entrevista com a Voz. Fez-se justiça!
P.s. Queridos da São Miguel, não posso estar senão eternamente grata pela vossa colaboração. Fiquem sabendo que vos eliminei do carro da minha mãe e do rádio da cozinha. Nunca mais irei sintonizar 93,5. Rádio Popular de Soure, eis a vossa nova fã.
2 comentários:
Uma vez, eu e meus amigos, na ânsia de chegar a um outro lugar qualquer, enganámo-nos no caminho e fomos parar à frente do edifício da Rádio Popular de Soure. Prontes, foi isto.
destaco a parte de irem ansiosos. terá sido na noite em que acabaram num espectáculo de strip muito muito dirty? :)
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