quinta-feira, 16 de junho de 2011

eclipse

Lembro-me de quando era criança, lembro-me do primeiro eclipse. Estava na Figueira da Foz, em casa da minha avó, com a minha irmã. A avó Albertina equipou-nos com aqueles óculos especiais que ofereciam nas farmácias. Nunca percebi, mas tínhamos de os usar. Sei que estava ansiosa para ver o que acontecia à lua, sem querer saber dos óculos. Subimos depois as escadas do prédio até à janela mais larga do piso de cima. Por alturas, cabíamos todas. Foi rápido, nada de especial. Desconfio que não achei piada nenhuma àquilo. O interesse era mesmo espreitar por baixo dos óculos, mas ninguém me deixou.
Agora, com 19 anos, perco eclipses. O primeiro do ano, e eu a passear nos Arcos, na rua do Jardim Botânico, à procura, sem óculos e sem ver a lua. Desisti. Vai à merda, eclipse. Um fenómeno lunar também não pode ser assim tão importante - acho que até era, enfim. Tinha um plano e correu mal, porra. E já não há mais eclipses. Ups.




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