Acordei à hora certa, com o despertador do telemóvel, e pensei se saía da cama ou não. Foi uma daquelas manhãs complicadas em que uma perna pergunta à outra: "Como é? Ficas ou vais?". Acabei por saltar (quase literalmente) para fora cama, que é como custa menos. Logo depois, o duche matinal contribui para despertar, mas o calor do secador de cabelo devolve a moleza e a vontade de regressar à cama. Completamente desorientada com sono, lá fui à procura do Auditório da Reitoria, que afinal nem está assim tão escondido como eu julgava.
É verdade assumida que quando somos obrigados (ou gentilmente convidados) a fazer seja o que for, e mesmo que seja algo muitíssimo bom, acabamos sempre por encontrar defeitos - nem que seja na cor das calças de alguém, nos nós das gravatas, ou até mesmo nos vestidos das senhoras. Quero com isto dizer que a manhã foi aborrecida. Tirar algumas notas começou a exigir esforço demais e o cérebro limitou funções, passando a estado hibernante. Trocar mensagens com a família que está na Bélgica sempre é algo mais acessível, e a que o sistema não se negou.
No furo para almoço, acabámos a discutir a vertente artístico-musical do Tony Carreira e o preço dos bilhetes dos concertos da Rita Redshoes. Caros, concluí.
Na parte da tarde, na qual a presença era opcional, a plateia diminuiu francamente. Fiz questão de ficar, para assistir à comunicação de uma das responsáveis (além da Prof. de Português e da Judite de Sousa) de eu ser caloira de Jornalismo: menção seja feita a Maria Carmo Piçarra (jornalista e investigadora, crítica de cinema com publicações na Première, Independente, Sábado, Visão, Público, etc etc etc). Como seria de esperar, amei. Se a referida fosse cantora, eu seria daquelas fãs com bandeira, cachecol e t-shirt, que vai, no final dos concertos, pedir autógrafos em toda a discografia.
Ora, saí do Colóquio muitíssimo bem-disposta e fui dar um passeiozinho de fim de tarde, rua abaixo - rua acima. A certa altura, as pernas queixaram-se das horas a que foram expulsas da cama de manhã e reclamaram descanso. Acabei por encontrar um cafézinho pequeno, daqueles tão bons que às 19h ainda tem um cliente. Entrei e pedi uma coca-cola [estupidamente] gelada. O dono do café ia cantarolando um fadinho da Amália, todo contente, enquanto se distraía a ver a bola na televisão.
- Oh menina, então o tempo? Parece-lhe que vai chover?
- Ah, eu digo que não. Olhe lá, até já está mais solinho.
Todo castiço nos seus 60 anos, ia demorando a abertura da garrafa de vidro, para trocar dois dedos de conversa - como se costuma dizer.
- Então e a menina não quer petiscar nada? Olhe que as sandes de frango são muito boas, toda a gente diz bem delas!
- Não, obrigado. É mesmo só a coca-cola.
E desistiu. Mas eu, como estava a gostar de ali estar, também me deixei demorar e também me distraí a ver a bola.
- Olhe lá, então e uns tremocitos, quer um pires?
- (riso contido) Não, deixe estar.
Regressou ao balcão e serviu-se de tremoços. E, não havendo assunto melhor, lá regressou - entre tremoços - à meteorologia:
- Isto hoje está um tempo que não se aguenta. Safa!
- (riso contido) É verdade!
- Até me custa que esteja só a buber coca-cola! Não quer um pastelinho de nata?
- Olhe, pode ser! (risos)
E tive de desistir eu, não fosse o senhor lembrar-se de enumerar toda a ementa ou de me ir arranjar um prato de moelas! No final, até me fez um desconto.
Nem devia ser preciso dizer que saí dali mesmo contente. Quase com vontade de ir cantar o "The hills are alive / With the sound of music" para o Jardim Botânico. O dia estava a ser intelectualmente desgastante, nada me podia saber melhor que uma pausa com um "pastelinho de nata", caseiro. Cheguei a casa tão alegre que me passei completamente e fui sacudir os tapetes, varrer o chão, arrumar o armário e as estantes - tudo ao som de José Cid, com a janela escancarada. O quarto ficou a brilhar!
Depois de um duche rápido, voltei a sair para um jantar de MacDonalds, animado como se quer; seguido de uma aventura na estrada com abraços de medo no banco de trás. Regressa-se em bando para um sessão de guitarrada acústica, com vista à criação da primeira boysband mista de Portugal.
Eu acabo a noite no blog, a cumprir vício e calendário.
E com tanto escrito já é sexta-feira! ;)
É verdade assumida que quando somos obrigados (ou gentilmente convidados) a fazer seja o que for, e mesmo que seja algo muitíssimo bom, acabamos sempre por encontrar defeitos - nem que seja na cor das calças de alguém, nos nós das gravatas, ou até mesmo nos vestidos das senhoras. Quero com isto dizer que a manhã foi aborrecida. Tirar algumas notas começou a exigir esforço demais e o cérebro limitou funções, passando a estado hibernante. Trocar mensagens com a família que está na Bélgica sempre é algo mais acessível, e a que o sistema não se negou.
No furo para almoço, acabámos a discutir a vertente artístico-musical do Tony Carreira e o preço dos bilhetes dos concertos da Rita Redshoes. Caros, concluí.
Na parte da tarde, na qual a presença era opcional, a plateia diminuiu francamente. Fiz questão de ficar, para assistir à comunicação de uma das responsáveis (além da Prof. de Português e da Judite de Sousa) de eu ser caloira de Jornalismo: menção seja feita a Maria Carmo Piçarra (jornalista e investigadora, crítica de cinema com publicações na Première, Independente, Sábado, Visão, Público, etc etc etc). Como seria de esperar, amei. Se a referida fosse cantora, eu seria daquelas fãs com bandeira, cachecol e t-shirt, que vai, no final dos concertos, pedir autógrafos em toda a discografia.
Ora, saí do Colóquio muitíssimo bem-disposta e fui dar um passeiozinho de fim de tarde, rua abaixo - rua acima. A certa altura, as pernas queixaram-se das horas a que foram expulsas da cama de manhã e reclamaram descanso. Acabei por encontrar um cafézinho pequeno, daqueles tão bons que às 19h ainda tem um cliente. Entrei e pedi uma coca-cola [estupidamente] gelada. O dono do café ia cantarolando um fadinho da Amália, todo contente, enquanto se distraía a ver a bola na televisão.
- Oh menina, então o tempo? Parece-lhe que vai chover?
- Ah, eu digo que não. Olhe lá, até já está mais solinho.
Todo castiço nos seus 60 anos, ia demorando a abertura da garrafa de vidro, para trocar dois dedos de conversa - como se costuma dizer.
- Então e a menina não quer petiscar nada? Olhe que as sandes de frango são muito boas, toda a gente diz bem delas!
- Não, obrigado. É mesmo só a coca-cola.
E desistiu. Mas eu, como estava a gostar de ali estar, também me deixei demorar e também me distraí a ver a bola.
- Olhe lá, então e uns tremocitos, quer um pires?
- (riso contido) Não, deixe estar.
Regressou ao balcão e serviu-se de tremoços. E, não havendo assunto melhor, lá regressou - entre tremoços - à meteorologia:
- Isto hoje está um tempo que não se aguenta. Safa!
- (riso contido) É verdade!
- Até me custa que esteja só a buber coca-cola! Não quer um pastelinho de nata?
- Olhe, pode ser! (risos)
E tive de desistir eu, não fosse o senhor lembrar-se de enumerar toda a ementa ou de me ir arranjar um prato de moelas! No final, até me fez um desconto.
Nem devia ser preciso dizer que saí dali mesmo contente. Quase com vontade de ir cantar o "The hills are alive / With the sound of music" para o Jardim Botânico. O dia estava a ser intelectualmente desgastante, nada me podia saber melhor que uma pausa com um "pastelinho de nata", caseiro. Cheguei a casa tão alegre que me passei completamente e fui sacudir os tapetes, varrer o chão, arrumar o armário e as estantes - tudo ao som de José Cid, com a janela escancarada. O quarto ficou a brilhar!
Depois de um duche rápido, voltei a sair para um jantar de MacDonalds, animado como se quer; seguido de uma aventura na estrada com abraços de medo no banco de trás. Regressa-se em bando para um sessão de guitarrada acústica, com vista à criação da primeira boysband mista de Portugal.
Eu acabo a noite no blog, a cumprir vício e calendário.
E com tanto escrito já é sexta-feira! ;)
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