Como é que querem que estude, que me concentre. Que seja toda investigação académica, em corpo de letra times new roman, tamanho 12. O corpo que me lembra não é o da letra, destas letras pelo menos. Enquanto isso, derreto especada no ecrã, no vazio de uma folha quase em branca que aguarda, teimosa, os conhecimentos inventados que irão surgir - que têm de surgir, porra. E há prazos a respeitar, há coisas para fazer. Não há tempo, hipótese nenhuma para este fogo maldito, que abrasa devagarinho. Que consome centímetros de coisas que não são suas. Como é que querem que me concentre debaixo desta chuva de meteoritos. Como é que hei-de pensar nas letras, nos seus malditos corpos e formatações - se é o teu que não me sai da cabeça. Que escorregua feito água fria, vapor na pele quente de inferno. Corpo fantasma que vem inquietar o sono e os sonhos. Corpo presente que transpira. Das festas de verão, de andar à toa sem destino. Sei lá o que fazia, sei lá onde eu ia. Sei lá o que fazia, amor. Sei lá se fazia amor.
2 comentários:
Tal como disseste, para quando voltares, recordares...
Primeiro, disse «ai, adoro». Depois, «amo de paixão esse texto».
Talvez assim. Gosto de ti.
Saudades!
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