A início pensei que fosse mais um filmezeco sopeiro a colocar a Amália num pedestal de divindade Salazarista que me causa uma certa comichão. Por outro lado lembrei-me da bronca que houve da parte da famílica da falecida, que tentou por todos os meios impedir a exibição do filme, argumentando que este continha pormenores "relativos à vida privada, íntima e pessoal de Amália Rodrigues, evidenciando a obsessão da fadista com a morte e abordando a sua tentativa de suicídio." -------> Ena, isso interessa! :)
Na verdade, o filme mostrou uma Amália pragmática e despachada. A verdadeira Amália, turbo diesel e p'rá frentex, muitas vezes desvalorizada pela família, claramente infeliz nos relacionamentos e que, em último recurso, dava de beber à dor (que "é o melhor, já dizia a Mariquinhas!").
Na verdade, o filme mostrou uma Amália pragmática e despachada. A verdadeira Amália, turbo diesel e p'rá frentex, muitas vezes desvalorizada pela família, claramente infeliz nos relacionamentos e que, em último recurso, dava de beber à dor (que "é o melhor, já dizia a Mariquinhas!").
Foi um acto de coragem mostrar - pela primeira vez - a mulher por trás do mito. Sem dúvida, uma real pantufada nos rins para aqueles que ainda tinham a fadista ao lado da Virgem Maria, casta e pura. Ah sim, que o filme não perde pitada do seu envolvimento com Francisco Cruz, Eduardo Ricciardi (ainda me ri quando, a uma deixa de Amália - "Ainda agora me conhece e já me quer por as mãos ao bolso" - ele responde todo machão: "Há tantos e tão melhores sítios para se por as mãos!" hahahah) , Ricardo Espírito Santo (o banqueiro casado e pai de família!) e o último marido, por simpatia e conforto, César Seabra. Por outro lado, e como não podia deixar de ser, a maravilhosa banda sonora e o genial enquadramento dos seus fados com o desenrolar da (sua) história.
Destaque ainda para o final do filme... Depois de uma ressurreição no Coliseu dos Recreios quando, sob a fresca Revolução de Abril, cala os insúltos do público que a acusava de ligações ao regime... a cena tão mítica como o "Bond, James Bond", e que considero mais castiça que o "toma" do Zé Povinho...
Destaque ainda para o final do filme... Depois de uma ressurreição no Coliseu dos Recreios quando, sob a fresca Revolução de Abril, cala os insúltos do público que a acusava de ligações ao regime... a cena tão mítica como o "Bond, James Bond", e que considero mais castiça que o "toma" do Zé Povinho...
o seu "Muito Obrigado" (que, em dias de muitas "dores" já saía apenas 'Tó 'brigad')
Para acabar em beleza, aparece no ecrã então preto algo do género: "Dizem que Amália morreu em 1999" e, seguidamente - efeitos movie maker - "ENGANAM-SE". É de mim, ou isto faz lembrar o Elvis Presley? Bem me pareceu... E, muito embora ainda não haja notícias de avistamento numa ilha paradisíaca, a nossa Amália pode muito bem ser considerada o Presley Português!
Em suma, gostei. Aliás, gostei mesmo muito! Finalmente um filme português que não se parece com um filme porno nem com uma novela mexicana atingiu o primeiro lugar na tabela dos mais vistos... se bem que a maioria deva ter saído de lá como a minha avó: "Era uma Senhora, uma Voz!! Mas depois, não é... tinha aquelas coisas dela! Mas eu nem acredito muito nisso!"
;)
P.s. Outro aspecto com nota 20, foi o facto de aparecer uma Amália jovem, e não a senhora com os seus óculos trés chique e xailinho preto! :)
1 comentário:
A menina Vice' está desafiada lá no meu cantinho:)
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