quinta-feira, 28 de julho de 2011

"vais falar aí da Dona Rosa?"

Estar de férias é partilhar a casa com muita gente e inventar receitas de frango no forno. É tomar banho nos regadores da relva e ter vizinhas que querem falar da operação ao joelho e das hérnias. Estar de férias é beber-cair-levantar!
Mas a vizinha, ai a vizinha. Não há Rosa como ela! Já me arranjou um frasquinho de alcool etílico (aquele das feridas que arde muito, perguntou para confirmar) e meia dúzia de folhinhas de louro para temperar o jantar. E nem quer um perninha de frango, porque há noite só vai mesmo um chá ou um leitinho e duas fatias de pão torrado.
E a Dona Rosa tem (mesmo) um vasinho de rosas à janela.

domingo, 24 de julho de 2011

clube dos 27

Não é o nome de uma casa de bingo nem de meninas. É um clube; o clube dos talentosos viciados que morrem cedo. Entre outros, Jimi Hendrix e Janis Joplin. Junta-se agora a Amy - a louca Winehouse. Eu acredito que isto na verdade é tudo uma armação para enganar a povaça e que eles estão todos reunidos na ilha do Elvis a jogar à sueca, beber umas coisas e fumar outras, cantar cantigas e fazer amor. Seja como for, muita paz. E, para a próxima, tenham juízo.

terça-feira, 19 de julho de 2011

the bare necessities of life

Porque nestes dias a minha vida pode resumir-se, com toda a franqueza, a filmes, passeios, jantares e centros comerciais, festas, compras e calções. Sem esquecer a simpática senhora do mini-mercado que me descontou 50 cêntimos no pacote de rosquilhas, porque ficou muito orgulhosa por eu ter feito as cadeiras todas com relativa distinção. Não acredito que isto seja karma, ou bruxaria do género, são só as férias. O descanso, e a minha mãe com mil perguntas e inquietações. Vou iniciar a contagem decrescente: segunda-feira vai ser mesmo a sério. Ainda tenho de ir ao lidl comprar congelados!

é só mais um dia mau (ou: dorme bem, coração)


quarta-feira, 13 de julho de 2011

or don't give it to me at all



"Por muchas noches en blanco que una dedique a pensar en su biografia sentimental, la verdad, es que encontrara pocas soluciones. Podrá parchear tal o cual relacion, pero al final, volverá a pasar lo de siempre.. que en un momento dado saltara en pedazos. Como tantas otras veces! Porque uno es como es, y no es facil dejar de serlo para querer a alguien, es casi… un combate perdido de antemano. A si que lo mejor que nos podia pasar es que las relaciones sentimentales vinieran con fecha de caducidad, como los yogures. A si sabriamos de antemano cual es la fecha del final, y no perderiamos el tiempo en inseguridades, sospechas ni discusiones, nos dedicariamos a disfrutar cada momento hasta la ultima decima de segundo, aunque ... si lo piensas… lo bueno de no tener fecha de caducidad, es que nos permite seguir soñando , con que esta vez si, ese yogur, pueda conservarse para siempre."
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Agora a sério. Isto é como os iogurtes, mas não é tudo preto e branco. Há cinzento, que também é uma cor, como diz a T. E não é que este iogurte em particular esteja estragado, ou fora do prazo. Só que agora não me apetece, enjoei do sabor. Está amargo. Enquanto andavas por aí a ser feliz, eu desemerdei-me (com os meus muitos amigos, sim) e descobri outras coisas no frigorífico. E agora, não é no mural do facebook que me conquistas. Estiveste mais perto com cerveja de tequila. Não somos "incondicional", isso nem a vida. E como eu já deixei de brincar ao faz-de-conta, agora ou é a sério ou não é (de todo, coisa nenhuma). É como diz a outra: give it to me right, or don't give it to me at all.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

sem meias.

A Ritinha sabe que eu, às vezes, tenho insónias. As cabras não tiram férias, atacam quando lhes dá na ideia. É uma coisa muito aleatória. Entenderam, as cabras, que hoje era um bom dia (boa noite, leia-se) para incomodar. Os lençóis enrolavam-se nas pernas, a cabeça não aterrava na almofada, eu sei lá, estava toda do avesso. Danei-me! Vesti umas calças e enfiei uma camisola. Calcei as sapatilhas mais rotas que tenho e fui para a rua. Por engano, na mala que agarrei estavam os cadernos de socio-economia. Mas insónias não são compatíveis com estudo, nunca foram. Desci até à praça, para um café qualquer. Educadamente, fui expulsa de um que fechou à meia-noite e de outro que fechou à uma. Merda de horários têm estes cafés, depois refilam que é da crise. Enfim, desci a avenida, fugi dos bares e discotecas. Voltei a subir, encontrei um sitiozinho perfeito (que só fecha às 4h!). Pedi um (outro) café - se não as podes vencer junta-te a elas, não é? Sentei-me e fiquei especada a ver a Katy Perry na televisão. Que péssimo gosto musical tem este "flavours-bar-lounge". Nisto, a funcionária com cara de Escola Básica trouxe-me o café, acordei da hipnose. E, olha, depois fiquei a pensar no quanto queria escrever-te coisas bonitas e arrebatadoras. Na tua prenda de aniversário (atrasada como o caraças!) que encomendei hoje. No teu dom sobrenatural para comentar espetáculos de sábado à noite e detectar personagens dos filmes. Fiquei a pensar, mas foi sem querer. A minha cabeça tem uma tendência muito estranha de procurar o teu ombro, mesmo quando não estás aqui ao lado. E agora, porque não estás, caio em cima das folhas que não usei do caderno de (fingir que) estudo. Mas trocava o meu dentinho que está a nascer por ter aqui esse teu ombro. Por ti, e só por ti, dormia sem meias.