quinta-feira, 29 de outubro de 2009

27 - 10 - 2009

É cumprir tradição. Ser um jornal do futuro, o que equivale (em termos práticos) a ser embrulhada em papel de jornal; uma corrente de 8 ou mais latas atada ao pé direito, tudo design exclusivo da madrinha. Receber o kit e pôr (orgulhosamente) a chupeta ao peito. Atar uma pulseira: fazer três desejos. Seguir em direcção ao Pintos, comprar traçado e encher o penico.

Reunir em frente à FLUC e aquecer a garganta com os hinos - e traçados. Ver a Pc vestida de mulher das cavernas - linda, linda. Mais uns passos e levei um banho de cerveja (deu a avó) e eis que o fato começa a desfazer-se. Segue o cortejo até à rotunda do Papa, tudo atrás da bandeira, ainda calminho. Descemos até à praça e, a meio, infiltra-se a avó (a de 7o e poucos anos) no meio da festa, a gritar e a pular mais que os caloiros! Fotos e flashes com a mãe e depois com a avó (a outra dos 70 e poucos anos). Agora sim, reencher o penico. Esvazia, enche, esvazia, enche. Woooo... calma! Depois cerveja, pipocas e traçado. Segue a marcha!

Eu e a prima a abrir o desfile, de braço dado e penico na mão. Cantamos nós, dançamos e até levamos a bandeira - que era pesada. Corremos para cima e para baixo - porque ninguém pára Jornalismo, ninguém pára Jornalismo, alé-o! Por aqui algures encontram-se amigos e conhecidos - felizmente, família já não. Mais umas quantas fotos e o fato disse "adeus". [Aliás, sobreviveu uma perna que eu, quase de madrugada, cortei cirurgicamente - para recordação]

Chegamos à baixo e vamos no domínio. Perdemos as madrinhas e corremos tudo à procura delas - só faltou procurar debaixo dos degraus. Encontramos e não as largamos! Seguimos para o rio. Quase, quase, quase que chorei. A madrinha disse umas palavras (decorei "responsabilidade"); revela o nome de praxe (Mari Hendrix, com um sotaquezinho amoroso) e deixa escorrer a água. Como é tradição, paguei o jantar e fomos ficando as quatro, madrinha e afilhada, tia e prima - de praxe.

Sei que acabámos por chegar ao recinto. Dançámos como se não houvesse amanhã, ao som de uma banda que ninguém nunca tinha ouvido falar - mas que deu show! Por aqui, já devia estar afónica. Criaram-se coreografias para o "hot 'n' cold" e descobrimos que sabíamos a letra do Mama Mia. Eu e a prima abraçadas a saltar ou a dançar uma modinha. "Chorei a rir"! Ainda ficámos para o Quim e depois regressámos a pé, para ganhar sono. Um dia a 100, inesquecível.


"It's my life
It's now or never
I ain't gonna live forever
I just want to live while I'm alive

My heart is like an open highway
Like Frankie said
I did it my way
I just wanna live while I'm alive
It's my life "

sábado, 24 de outubro de 2009

"Foge comigo, Maria!" é rapto.

Não que se relacione de maneira nenhuma com o título deste post, queria agradecer em público e para todo o Mundo, através do OdeioErvilhas-Africa e da RTP Internacional, a fantástica surpresa de ontem à tarde, quando vocês, minhas duas criaturas, me apareceram à janela com um fino e Nuggets do MacDonalds! xD Acabámos por passar a tarde a rir e a recordar aquilo que recordamos sempre que nos juntamos os 3. Ainda vimos o "Zona J" e comemos pipocas do Lidl - bem boas. Qualquer tarde com vocês é bem passada, isso é certo... Portanto, apareçam quando quiserem! ;)

Agora o título!
Hoje foi o tal congresso sobre género, media e não sei que mais. O que é certo, é que foi (não querendo ser mázinha) um conjunto de comunicações manifestamente feministas, algumas mais descaradas que outras, diga-se. Mas, dentro da luta das ladys, nem estava a ser nada mau. Gostei bastante da manhã dos dois dias.... a tarde é que contrariou a tendência. Ora, o assunto é então uma comunicação acerca da música rock e das mulheres, algo do género - não posso precisar, que não tenho comigo os papéis do resumo. Mas, avante! A oradora, uma lésbica não assumida e absolutamente frustrada da vida (cuja última relação amorosa deve ter sido na escola primária) veio apresentar um "estudo" sobre o tratamento conferido às mulheres nas músicas do panorama rock português e, aqui e ali, internacional. Até posso entender e concordar que a mulher é vista como um objecto, de acordo com algumas letras... Mas a música é como a poesia: não pode ser levada à letra!! Só porque o Rui Veloso diz que ele levou o seu anel de rubi e a namorada a um concerto de que ela não gostava e que ela, coitaaaada, se veio embora... isso não faz dele um bruto subjugador da vontade feminina, vitimizado pela namorada que o abandonou no concerto! Outro exemplo notável: "Se eu gosto de ti / Se gostas de mim / Se isso não chega / Tens o Mundo ao contrário". Mas, oh coisinha, onde raio é que tu lês aqui que o sujeito masculino está a obrigar a moça a uma relação ?! ME-DO!! O último, e que me levou a fazer um comentário no momento de debate, foi com a música dos UHF, que eu adoro adoro adoro: FOGE COMIGO MARIA, JÁ! Para a lady-que-acha-que-os-homens-são-mauzinhos, este pedaço de letra, por estar no imperativo, representa uma vontade suprema do homem, que quer » pode » manda » faz acontecer, subjugando a mulher a um papel passivo de receber ordens e acatar, como os chineses. Sinceramente, é demais. Em primeiro lugar, não podemos retirar uma expressão do seu contexto (musical, no caso); em segundo lugar, este tema tem um videoclip em que a dita moça (que vai ser raptada, só pode) está tãããããão contrariada por ir "fugir" (ela vai é ser raptada, já disse, pelo homem-do-saco)!



"Foge comigo Maria » quer queiras, quer não!
Para longe desta terra » ele vai apagar os laços familiares dela!
Meu amor, p´ra toda a vida » vai matá-la, é isso!
É a paixão que nos leva" » paixão?! ele tem um pistola!

Em conclusão, a querida que se assuma! Que compre umas meias às riscas, sei lá; vá por aí cantar Lara Li, Dina ou Lena d'Água a plenos pulmões! Há todo um Mundo a cores para apagar essa frustração! Se ajudar, que ouça BeeGees ou dance Kisomba, desde que deixe o Rock Português longe desses acessos de fúria!

Paz!!

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

A felicidade é azul.

Quando eu era aluna na Secundária, se acaso apanhasse assim uma tarde destas com chuva, aproveitava para ir fazer alguma ficha de História ou fazer de conta que lia o Memorial do Convento. Se por algum motivo especial tivesse havido almoçarada nas bombas, o mais provável era estar por esta hora reunida com a comandita no sofá da AE a ler a revista Maria e a beber Redbull.

Agora é diferente. Ou estou num qualquer cunbíbio no Couraça ou no Cartola; ou fico por casa a ver as Tardes da Júlia, a pensar nas coisas importantes que tenho para fazer (amanhã) e a contar os tostões para mais loguinho.

Ihh, gosto mesmo disto.

(Dou 10€ a quem me fizer a caridade de ler o Mitologias do Rolan Barthes e trocar aquilo tudo por miúdos, a ver se entendo. Recuso-me a fazer mais alguma tentativa de ler aquilo sozinha: primeiro, porque me sinto estúpida, género boi a olhar para o palácio - versão literária e no feminino - em segundo lugar porque, pfffffffff... não há paciência.)

terça-feira, 20 de outubro de 2009



Que ninguém me diga que a vida de caloira em Coimbra é má! É JORNA, É LISMO! É (PIIII*) E (PIIII*)!

*não vá aparecer uma daquelas senhoras da baixa à janela a gritar que somos "malcriadonas", "porcas" e "badalhocas"!

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Mudanças

Durante a semana, sei onde tenho tenho tudo arrumado, nas pilhas de roupa ou de cadernos que se formam no quarto. Sei que vou encontrar tudo tal e qual deixei de manhã: se a cama ficou por fazer às 8:30h, ainda vai estar desfeita quando chegar as 18h, ou, se o livro do Roland Barthes ficou em cima da televisão, estará na mesma quando voltar.

Se me apetece comer pêras, vou à mercearia no fundo dos arcos do jardim e compro umas quantas para o jantar. Melhor ainda, posso tocar guitarra no sofá quanto tempo quiser.

Mas, acima de tudo, sei onde estão as coisas. Não tenho de me passar só porque a estante que eu deixei no domingo não é a mesma que encontro no sábado seguinte.

(estou a ficar um bicho?)

domingo, 11 de outubro de 2009

Descobri hoje



que a banda sonora do Ratatouille é genial para fazer trabalhos para DC. É que me salta um português bonito, refinado, uma coisa estapafúrdia de boa. Uma maravilha quando tenho de ocupar duas páginas para dizer o que ficaria mais que bom num parágrafo, utilizando assim a bonita arte de engonhar.


Agora vou ali ouvir a música da Heidi (em português e em espanhol) e ficar muito muito feliz, porque já só me falta acabar um trabalho para ter o fim-de-semana (?!?!?!?!) livre! Yes, yes, yes!

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

eu disse que tinha mais que fazer na quinta-feira

Acordei à hora certa, com o despertador do telemóvel, e pensei se saía da cama ou não. Foi uma daquelas manhãs complicadas em que uma perna pergunta à outra: "Como é? Ficas ou vais?". Acabei por saltar (quase literalmente) para fora cama, que é como custa menos. Logo depois, o duche matinal contribui para despertar, mas o calor do secador de cabelo devolve a moleza e a vontade de regressar à cama. Completamente desorientada com sono, lá fui à procura do Auditório da Reitoria, que afinal nem está assim tão escondido como eu julgava.

É verdade assumida que quando somos obrigados (ou gentilmente convidados) a fazer seja o que for, e mesmo que seja algo muitíssimo bom, acabamos sempre por encontrar defeitos - nem que seja na cor das calças de alguém, nos nós das gravatas, ou até mesmo nos vestidos das senhoras. Quero com isto dizer que a manhã foi aborrecida. Tirar algumas notas começou a exigir esforço demais e o cérebro limitou funções, passando a estado hibernante. Trocar mensagens com a família que está na Bélgica sempre é algo mais acessível, e a que o sistema não se negou.

No furo para almoço, acabámos a discutir a vertente artístico-musical do Tony Carreira e o preço dos bilhetes dos concertos da Rita Redshoes. Caros, concluí.

Na parte da tarde, na qual a presença era opcional, a plateia diminuiu francamente. Fiz questão de ficar, para assistir à comunicação de uma das responsáveis (além da Prof. de Português e da Judite de Sousa) de eu ser caloira de Jornalismo: menção seja feita a Maria Carmo Piçarra (jornalista e investigadora, crítica de cinema com publicações na Première, Independente, Sábado, Visão, Público, etc etc etc). Como seria de esperar, amei. Se a referida fosse cantora, eu seria daquelas fãs com bandeira, cachecol e t-shirt, que vai, no final dos concertos, pedir autógrafos em toda a discografia.

Ora, saí do Colóquio muitíssimo bem-disposta e fui dar um passeiozinho de fim de tarde, rua abaixo - rua acima. A certa altura, as pernas queixaram-se das horas a que foram expulsas da cama de manhã e reclamaram descanso. Acabei por encontrar um cafézinho pequeno, daqueles tão bons que às 19h ainda tem um cliente. Entrei e pedi uma coca-cola [estupidamente] gelada. O dono do café ia cantarolando um fadinho da Amália, todo contente, enquanto se distraía a ver a bola na televisão.

- Oh menina, então o tempo? Parece-lhe que vai chover?
- Ah, eu digo que não. Olhe lá, até já está mais solinho.

Todo castiço nos seus 60 anos, ia demorando a abertura da garrafa de vidro, para trocar dois dedos de conversa - como se costuma dizer.

- Então e a menina não quer petiscar nada? Olhe que as sandes de frango são muito boas, toda a gente diz bem delas!
- Não, obrigado. É mesmo só a coca-cola.

E desistiu. Mas eu, como estava a gostar de ali estar, também me deixei demorar e também me distraí a ver a bola.

- Olhe lá, então e uns tremocitos, quer um pires?
- (riso contido) Não, deixe estar.

Regressou ao balcão e serviu-se de tremoços. E, não havendo assunto melhor, lá regressou - entre tremoços - à meteorologia:

- Isto hoje está um tempo que não se aguenta. Safa!
- (riso contido) É verdade!
- Até me custa que esteja só a buber coca-cola! Não quer um pastelinho de nata?
- Olhe, pode ser! (risos)

E tive de desistir eu, não fosse o senhor lembrar-se de enumerar toda a ementa ou de me ir arranjar um prato de moelas! No final, até me fez um desconto.

Nem devia ser preciso dizer que saí dali mesmo contente. Quase com vontade de ir cantar o "The hills are alive / With the sound of music" para o Jardim Botânico. O dia estava a ser intelectualmente desgastante, nada me podia saber melhor que uma pausa com um "pastelinho de nata", caseiro. Cheguei a casa tão alegre que me passei completamente e fui sacudir os tapetes, varrer o chão, arrumar o armário e as estantes - tudo ao som de José Cid, com a janela escancarada. O quarto ficou a brilhar!

Depois de um duche rápido, voltei a sair para um jantar de MacDonalds, animado como se quer; seguido de uma aventura na estrada com abraços de medo no banco de trás. Regressa-se em bando para um sessão de guitarrada acústica, com vista à criação da primeira boysband mista de Portugal.

Eu acabo a noite no blog, a cumprir vício e calendário.

E com tanto escrito já é sexta-feira! ;)

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Planos para hoje

Queria ir ver um filme, comer um gelado ou beber um café. No fundo, ir aproveitar o tempo estranho que está e a chuva que vai caindo, tímida. E nem era bem isto. Queria sair do quarto, deixar de pensar nisso e de ouvir o mesmo fado. Mas nem sempre tenho sorte, e hoje foi dessas vezes.

Disseram-me um dia que "o que não tem remédio, remediado está"; portanto, fico em casa. Vou fazer um serão digno de lar de idosos. Vou enfiar o pijama e ver uma novela qualquer. Abrir a janela e afastar o cortinado: ver a chuva cair. Depois sei que vou ficar com frio e com a garganta a dar sinais de recaída. Fecho a janela e enrolo-me no cobertor. Entretanto deve acabar a novela, espero eu. Hei-de ir à cozinha aquecer um capuccino de saco, daqueles do Lidl, muito bom. Pego num livro qualquer dos três que tenho na estante e vou ler umas páginas. Algures, sei que a escolha aleatória há-de parar nesta música, e eu vou ficar o resto da noite a pensar que é toda, toda, toda verdade.

E depois é quinta-feira e tenho mais que fazer.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

a Mariana não tem namoradito.

Eu devia ter desconfiado que a conversa tinha de cair no campo do desagradável quando a travessa dos acompanhamentos parou assim à minha frente (e o primo fez questão de tirar foto):

Com certeza a empregada estava muito bem humorada. Ou isso ou é ceguinha, que me desculpe!


Era almoço de família, mesa corrida e tudo reunido - como se quer. Os tios e as tias com os respectivos cônjuges e os primos e as primas com os namoradas/os. Também como é tradição, dezenas de travessas, como se o almoço se fosse prolongar por mais do que uma semana. Se não me engano, já tinha vindo a grelhada mista quando alguém se lembrou de sinalizar: "Ora, só aquele cantinho ali é que não trouxe ninguém!". Vamos especificar: o cantinho ali seria mais concretamente eu, porque, mesmo incluindo (geograficamente) a outra prima, essa está fora das contas porque é a mais nova. E, coitada, mesmo que já não tenha 10 anos, vai continuar sempre a ser a mais pequenina. Como nesta família ninguém deixa nada pendurado, continua-se o bombardeamento: "Só a Mariana é que não tem namoradito!". E aqui já eu desejava que uma das placas do tecto caísse. "Namoradito? Mas que me*** é essa?!" - óbvio que não verbalizei.
Para a situação não acalmar sem eu as ouvir todas, ainda tive a sorte de estar sentada em frente ao meu querido primo que fez questão de recordar que o que eu quero mesmo não é um namorado em versão diminutivo!

Agora sim, tenho a certeza: adoro almoços de família e sou maluca pelo uso do diminutivo.

sábado, 3 de outubro de 2009

"Não olhes pra mim, não olhes"

Ainda agora estava furiosa, danada dos pregos (como se costuma dizer). Tinha planeado vir aqui deixar uma qualquer mensagem hiper raivosa, capaz de reflectir a vontade que tinha de mandar alguém à Quinta do Caraças. Depois pensei que, antes disso, e para conseguir explicar-me melhor, devia ir ao iTunes escolher um tema qualquer muito metálico para furar os tímpanos a quem abrisse esta página.

Esqueci-me que tinha a escolha aleatória... quando carreguei no play ouço a Amália a cantar a sina da Comadre Mari' Benta. Agora estou só a pensar que, depois de uma certa hora, sou a criatura mais ridícula que conheço.

As melhoras ao garoto da Comadre Mari Benta.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

L'italiano

Depois de uma manhã em bebedeira psicológica, com os símbolos, signos, significantes... Nada melhor que almoçar um belo esparguete com atum - um sonho de receita, só meu.

Ainda que haja "pequenas coisinhas" que duvidem dos meus dotes culinários, não me fico nada atrás daquele Chefe do canal 2:, que convida sempre famosos para cortar as corgettes e depois comer à grande.

Segue-se em romaria até aquelas ruelas pequeninas de Coimbra (com bares hippies e outras animações nocturnas) para por a conversa em dia, beber um maravilho "café de saco" e conhecer o Cef.

Depois de um lanchinho no MacDonalds (incomparavelmente mais fraco que o almoço), vamos para onde a animação realmente acontece: quarto esquerdo do número 3! Está a comandita reunida no sofá quando desce (graciosamente) as escadas a inquilina do 5º piso... "até me embasbaquei xD"

Chegam as 18h e dizemos adeus à Santa:




Portanto, concluo o dia com o seguinte pensamento (e creio que a pc concordará...): Padeiro, "l'italiana è meglio che quella portoghesi!!!"

Ficas sabendo que até vou por uma velinha, a ver se o Sinhori te alumia o caminho!