terça-feira, 29 de dezembro de 2009

os saldos

Os saldos são um bicho que se agarra às pessoas, uns dias depois do Natal. Conduz, em rebanho, camionetes de gente aos centros comerciais numa de esbanjar dinheiro - loucamente.

I - Fórum Coimbra

Como detectar uma época de saldos:
Restauração: Impossível encontrar mesas vagas para almoçar porque há pequenas convenções de Ti Marias que, com carteiras, malas, casacos e (se for preciso) as pantufas do esposo, guardam ferozmente os melhores sítios. Ou isso, ou há casais de namorados embasbacados um para o outro que, em vez de comerem a sopinha e a sande, vão elogiando o cabelo (dele) e o bonito bâton (dela).
Vestuário: Há lojas com um odor horrendo a transpiração, derivado da incursão de algum grupo de teens histério. Essa brisa fétida é, ao mesmo tempo, ensurdecedora e capaz de deixar as clientes cheirosas quase cegas! Noutros casos, as roupas estão amontoadas debaixo de letreiros que variam entre os 5 e os 20 euros - eurios, perdão - onde imergem mãos, braços e cabeças, numa epopeia dos preços baixos. Nos casos mais graves, chega a haver disputa entre peças, quando só resta um tamanho e uma cor que encaixa perfeitamente em duas senhoras monstruosas que, puxa daqui e puxa dali, tentam assaltar-se mutuamente.
Livros, Cd's: A secção de Ópera e Música Clássica tem clientes; há crianças loucas a correr com livros do Noddy e/ou CD's que incluem o seu nome em cada faixa. Caso extremo: o último romance (lindíssimo, com toda a certeza) da Margarida Rebelo Pinto está esgotado.
Casas-de-banho: têm fila e, quando se passa a porta, deseja-se ardentemente voltar atrás e vomitar ou ter o nariz absolutamente entupido.

Como evitar (o lado negativo de) uma época de saldos:
Confundir o adversário: almoçar cedinho e começar a ronda pelas lojas ainda no período de almoço, quando toda a multidão se dirige ao último piso.
Jogar pelo seguro: manter 5€ no bolso porque pode estar, ao virar da esquina, a melhor promoção de todas - e uma nota das pequenas pode fazer toda a diferença.
Equilibrar defesa e ataque: ter atenção aos pacotes de desconto, ou acaba-se o dia a zeros (que foi o caso)
Ter champanhe para celebrar a vitória: quando se joga em casa e a equipa de arbitragem está comprada, o resultado nunca pode ser menor que uma goleada!

Rescaldo:
Saldo inicial - 120€
Saldo actual - 3€
Alegria inicial - 50%
Alegria actual - 70%
Quantidade de artigos adquiridos - 6 + almoço + cinema
Disseminação do vírus dos saldos - controlada

sábado, 26 de dezembro de 2009

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

diz que é a crise.

Não sei como vai ser isto, mas ainda não comprei prendas a ninguém! E a não ser que ganhe a lotaria do Natal, vejo a situação bastante complicada: o meu cartão multibanco faleceu na segunda semana do mês. Ou seja, isto tem sido uma crise pegada até agora! Valha-me a minha santa irmã, regressada da emigração, que vai comprando (pagando, vá) as prendas que temos mesmo de oferecer à família - só à mais chegada, aqui não há extras!

Para pagar o jantar de Natal de hoje tive de recorrer a financiamento externo e, como é tradicional, levei com bonita resposta: "quero o troco" - agradecida, muito me ajudas. A parte fantástica da questão é que não há troca de prendas! yes, yes, yes! A ideia original foi troca de postais, feitos por cada um (comprar é batota).

Como se toda a a minha miséria financeira não fosse suficiente, sinto-me atacada por uma qualquer variante da Gripe A: este ano ainda não houvi cd's de Natal nem fui sacar vídeos do Coro de Santo Amaro de Oeiras... só me tem apetecido ouvir José Cid ou o (tão natalício)

KISOMBA.

(haja alguém que me interne numa clínica - que tenha spa e massagens)

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

let it snow.

ARRE! Tenham santa paciência, mas este tempo, a mim, causa-me espécie. Raio, tanto frio tanto frio e nunca mais é Natal!!

Ando eu aqui maluca para ir as compras e escolher presentes e embrulhar tudo e receber e abrir e ficar muito contente ... e nada! Só chove. Raio!

Já agora, aceitam-se voluntários para me oferecer o cd de natal da KT Tunstall. ;)

domingo, 13 de dezembro de 2009

5 revelações...

Diz que não é de boa educação deixar desafios pendurados, portanto aqui ficam as minhas respostas:


a) Eu já ... toquei gaita-de-foles numa canoa no rio Mondego, à noitinha

b) Eu nunca ... calço seja o que for sem um par de peúgas

c) Eu sei ... o que é o Mito, segundo Ferdinand de Saussure

d) Eu quero ... uma roupa em cabedal como a da Leopoldina

e) Eu sonho ... mas nunca me lembro de nada

Já agora, deixo o desafio à Inês, ao Padeiro, à Tia das Flores e à Léninha! xD
(podem responder na caixa dos comentários!)

sábado, 12 de dezembro de 2009

Computador.

Na quarta-feira andei a correr as salas todas da faculdade à procura de um computador onde pudesse escrever a recensão que tinha de entregar antes do meio dia. Depois de ter vistoriado uns quatro pisos, lá encontrei o Centro de Estudos de Psico-qualquer coisa (não me lembro do nome certo, mas sei que era grande e pomposo). A sala estava, como quase todas, atulhada de livros em estantes fechadas a cadeado. Tinha dois computadores da época dos Descobrimentos (que não Magalhães) e, já que estava com uma colega, era o sítio ideal para nos dedicarmos ao trabalho. Não estava lá a funcionária e, como se fossemos donas do sítio, puxámos umas cadeiras e começou cada uma a escrever para seu lado. O teclado era daqueles barulhentos, até estranhei não estar cheio de pó. Com a pressa de despachar a recensão, fui passando as notas e as citações que tinha nos textos de apoio. Entretanto chegou a funcionária a queixar-se que era hora de almoço e que ia fechar a sala. Saímos.


Agora estava pr'aqui a pensar nos assuntos que me tinham surgido para escrever um post - que realmente este blog está a ficar uma pobreza. Quando me tinha decidido (ia escrever sobre as personagens que andam de autocarro em Coimbra, uma coisa de chorar a rir), ligo o computador e deparo-me com o teclado pequenino e não-barulhento. Fiquei a pensar no primeiro computador que tive: era uma coisa estapafúrdia de grande, um Pentium-não-sei-quê (lento como só ele). A unidade central tinha uma tampa de correr, que tapava a entrada dos cds e das disquetes - que agora já são quase tão velhas como o vinyl! Estava decorada, por mim, com um autocolante de um pato e outro de um koala. Um deles, já não me lembro qual, estava constantemente a cair e eu resolvi usar cola para remediar a situação - sei que ficou um rico serviço! Quando o computador estava ligado durante muito tempo, servia de aquecedor e fazia um barulho de chaleira com água a ferver, lindo.

O monitor foi trocado três vezes. Quando comecei a usar óculos, o meu pai comprou uma espécie de segundo vidro do ecrã (que também serviu para o computador da minha irmã). Supostamente bloqueava alguma luz que passava ou coisa parecida. A intenção era muito boa, mas aquilo era feio que doía. O teclado e o rato sempre vieram em conjunto, assim como as colunas (que foram quase sempre as mesmas). O primeiro teclado era meio cinzento (nada mau), mas o rato insistia em flipar e eu insistia em dar-lhe umas suaves pancadinhas, a ver se ele ia ao sítio. Com esses carinhos, devo ter partido alguma peça porque a bolinha do rato andava sempre a cair. Fiquei com ela para diversão e o rato foi trocado. Os novos eram o pico da tecnologia: não precisavam de fios! Ligava-se uma caixinha à unidade central e aquilo emitia umas sinalefas quaisquer que faziam tudo funcionar sempre precisar de cabos. Era um luxo! Quando estava sozinha no escritório, era ver-me de pernas cruzadas em cima da mesa, braços apoiados na cadeira e teclado em cima das pernas!

Comparado com o computador que tenho agora, esse amontoado de coisas era muito mais bonito. Cada parte, separada, tinha uma função especial. Agora tenho tudo numa única peça, tudo muito mais pequeno, muito menos barulhento e muito menos poético. Quando converso com a Pc (a rapariga em si, não falo com computadores!) ela diz sempre que jornalista que se preze fuma charuto; e eu penso sempre que isso é jornalista/escritor de filme. Mas depois fico a matutar no assunto...

Na quinta-feira esteve na faculdade o Manuel Alegre, a propósito de um Colóquio sobre A Liberdade (o livro, de Stuart Mill). Fez o encerramento das sessões do dia, numa comunicação que foi lendo, nas folhas que trazia na mão. À saída da sala, passei mesmo ao lado dele e consegui passar os olhos nos tais papéis. Atrasei o passo, na confusão das pessoas a sair da sala e dos cumprimentos mútuos à porta, para ver melhor. (Pelo menos) a primeira página estava escrita à mão, com um caligrafia poética, palavras rasuradas e chamadas de atenção a remeter para outras frases.

No final de um texto tão grande, a conclusão (tirada à pressa, porque tenho de ir estudar) é meia descabida. É só porque me parece que os teclados que fazem barulho quando se carrega nas teclas são bem mais fixes que estes de agora. Não sou poeta nem pretendo (só de me lembrar daquelas quadras malucas que escrevi, no gozo, em que cada verso tinha a palavra "plumas"!), mas acho mais piada aos teclados amarelos-do-sol e com alertas sonoros nas teclas. Pronto, era só isto.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

o que (raio) ando eu a fazer para não pôr os pés no blog:

em primeiro lugar, lamento imenso a ausência! Não queria, por nada, decepcionar a Tia das Flores nem os milhares (milhões?) de fãs que têm as ervilhas na barra dos favoritos. A verdade é que também eu tenho saudade daqueles velhos posts em que a malta rachava o espírito a rir, aparecia a família a ver o que se passava e acabava tudo em grande galhofa. Enfim, ainda sou do tempo em que o arroz custava 25 centavos e as ervilhas eram boas de se comer.

Porque isto agora, já se sabe como é: um corropio, uma azáfama. Como diz a minha avózinha: "nem tenho tido parança" - que é uma palavra derivada da forma verbal "parar", como toda a gente vê. São testes e entregas de trabalhos, que se misturam com tardes de estudo e análise de notícias no TAGV. Se eu fosse nova, quando tinha ricas tardes de sofá e pantufas, tinha aproveitado apenas uma meia horinha de uma dessas tarde e, bem esticada a massa, ainda levava ao forno uns dois ou três posts - com fotos e tudo muito jeitoso.

E o fim-de-semana? Oh menina, nem sei se pense, nem sei se diga, nem sei se faça! Aliás, "eu sei lá se é os chineses, se é o c...!" »» traduzindo, estive na Invicta. Ainda apanhei umas quantas molhas, já que o querido que controla a chuva se lembrou de nos lixar o weekend e abriu as torneiras todas - menos a do banho, que quase tomei de água fria.

Acredito e entendo que nada disto esteja a fazer muito sentido, mas vim agora da Associação. São 3h da manhã e amanhã tenho que ler uma bodega qualquer do mugging nos media (ou seja lá o que for), fazer a recensão dessa mesma leitura, preparar o debate de quarta-feira. Sem contar que terça é noite de jantarada cá em casa e de karaoke num qualquer barzinho, com ou sem esplanada.

Para breve, vídeos, fotos, explicações e textos apresentáveis e dignos de referência neste bonito espaço. Para já, uma pequena consideração: é inacreditável como há professores que, mesmo longe, continuam a dar trabalho! Mais valia mandar-me ler o Foral de Seia e assinalar as palavras-chave!

Muitíssimas boas noites.