quinta-feira, 12 de julho de 2012

o orgulho e uma cerveja.

Numa terra fria e distante há um bar maravilhoso. Eu, desentendida do dialecto local, não percebi o nome inscrito, em letra velha, acima da porta e janela. Nem sabia, aliás, pronunciar tais palavras. Foi só com o google tradutor que, meses depois, soube que estive no "Orgulho da Margarida" ou na "Margarida orgulhosa" - nunca fiando nessas traduções fracas.


Mas voltando ao bar, entrem. É uma espécie de pub, muito ao estilo das terras frias e distantes, onde se servem cafés em pequenos tabuleiros com bolachas, fatias de bolo, chocolate, natas e açúcar. O café em si, claro, é péssimo e a chávena é do tamanho de uma taça do caldo verde. As bolachas ou o bolo são sempre melhores, e o chocolate (ou nougat) é delicioso. Neste bar, como noutros que lhe são vizinhos, o café é tão caro que sempre compensa beber uma cerveja. Há uma lista, numa capa de folhas plásticas como as da escola, com nomes e indicações que não se entendem. A escolha segue a linha dos números da lotaria, só que o retorno da aposta é tendencialmente mais agradável.


Há bebidas destas que sabem a cerejas e outras que sabem a pão frio, com espuma branca. Dos mil sabores da lista percebem-se (a custo) as frutas: pêssego, maçã e uma outra que se podia jurar ser de uva. São sempre muitos frias e depois muito quentes, quando dentro do corpo. O que é bom porque ajuda a superar o grau zero que corta as ruas e nos vem bater nas esquinas, quando há vento. 


Foi ali, precisamente no lugar que está vago da minha ausência, que comecei a escrever uma história com a ganância idiota de um dia ganhar um prémio e muito dinheiro. Sempre achei que o frio me estimula as ideias, como se me encasulasse o corpo todo para o cérebro (e outros órgãos criativos). É no frio que nunca me dá para cometer disparates, pois é-me mais confortável o calor artificial de uma boa manta Quechua. Mais se acrescenta que é nos meses de inverno rigoroso que o consumo dessas bebidas me agradava particularmente, uma vez que o corpo não desata a produzir hormonas e suores, direccionando tudo para uma excitação cerebral - que, agradeço, me deu já umas quantas ideias.

(nota: continua...)

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